segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Clarice Lispector

Clarice Lispector
Clarice Lispector

Clarice Lispector nasceu a 10 de dezembro de 1920, em Tchetchelnik, Ucrânia. Recém-nascida veio com os pais, em 1921, para Maceió. Em 1924, mudou-se com a família para Recife e, em 1935, estavam no Rio de Janeiro. Em 1943, tornou-se aluna da Faculdade de Direito. Nesse período escreveu seu primeiro romance, Perto do Coração Selvagem. Casou-se com o embaixador Maury Gurgel Valente. A seguir, morou em Nápoles, Berna, Torquay (Inglaterra) e Washington.

Em 1959, separou-se do marido e fixou residência no Rio de Janeiro. A partir daí, colaborou para a revista Senhor, fez entrevistas para a revista Manchete, colaborou em colunas para o Jornal da Tarde, Correio da Manhã e, anos depois, para o Jornal do Brasil, além de manter a coluna "Só para mulheres", no Diário da Noite.

Em 1962, recebeu o prêmio Carmem Dolores pelo romance A Maçã no Escuro. Em 1967, recebeu o prêmio Calunga, da Companhia Nacional da Criança pela publicação de O Mistério do Coelho Pensante. Em setembro, desse mesmo ano, provoca, acidentalmente, um incêndio em seu apartamento, queimando gravemente sua mão direita.

Em 1968, junto com outros intelectuais, participou de uma manifestação contra a ditadura militar. Em 1976, recebeu o prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal pelo conjunto de sua obra. Em 1977, publicou seu último livro, A Hora da Estrela [ver Antologia]. Faleceu, no dia 9 de dezembro, desse mesmo ano, devido a um câncer no útero.

CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS

Com seu primeiro romance, Perto do Coração Selvagem [ver Antologia], Clarice desperta estranhamento e surpresa em alguns críticos, precisamente porque sua obra não se enquadrava em qualquer programa dos modernistas, nem dos regionalistas do período anterior.

O trabalho da escritora é complexo e identificado como o ponto mais alto da segunda fase do Modernismo. O tema dominante versa sobre a necessidade que o homem tem de amparar-se na linguagem para suportar o desamparo diante do universo, recoberto pelo silêncio intraduzível.

A tarefa da escritora é aprisionar esse silêncio e dar-lhe sentido. Esse trabalho exige contínuas retomadas que vão criando um discurso paradoxal, transitório, assim definido por Benedito Nunes: "o sentido erra entre o exprimível dos significantes e o inexprimível do significado".

Nas obras de Clarice se destacam: o emprego intenso da metáfora, o fluxo da consciência e o rompimento com o enredo. No conjunto, essa técnica colabora para a visitação do mundo interior das personagens, sempre manifestado pela subjetividade em crise. A memória serve de elo condutor entre o subjetivo e o "real", favorecendo à auto-análise, numa espécie de "um contínuo denso de experiência existencial".

Essa experiência resulta em despersonalização das personagens, diante da impossibilidade da representação do mundo e do quotidiano, enquanto buscam o centro de si mesmas. É, pois, uma queda no vazio, provocadora de horror, como em A Paixão Segundo G.H. [ver Antologia]. Seus temas mais comuns são: a relação entre o bem e o mal, a culpa, o crime, o castigo e o pecado.

PRINCIPAIS OBRAS

Romances

Perto do Coração Selvagem (1943); O Lustre (1946); A Cidade Sitiada (1949); A Mação no Escuro (1961); A Paixão Segundo GH (1964); Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres (1969); Água Viva (1973); A Hora da Estrela (1977).

Contos

Alguns Contos (1952); Laços de Família (1960); A Legião Estrangeira (1964), contos e crônicas; Felicidade Clandestina (1971); A Imitação da Rosa (1973); A Via Crucis do Corpo (1974); Onde Estivestes de Noite? (1974); A Bela e a Fera (1979).

Crônicas e entrevistas

De Corpo Inteiro (1975), entrevista; Visão do Esplendor (1975) crônicas; A Descoberta do Mundo (1984) crônicas.

Infantil

O Mistério do Coelho Pensante (1967); A Mulher que Matou os Peixes (1969); A Vida Íntima de Laura (1973); Quase de Verdade (1978).

Fonte: www.nilc.icmc.usp.br

2 comentários:

Unknown disse...

Amei esse blog, principalmente porque gosto muito das obras de Clarice Lispector!! Parabéns amiga!
Veronica

Irene Moreira disse...

Adora Clarice Lispector. Obrigada por nos trazer coisas tão ricas. Bjs

 
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